quinta-feira, 20 de março de 2008
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
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RESUMO: Neste artigo pretendemos reflectir sobre o papel das cidades Angolanas no futuro do país, observando que é da sua capacidade competitiva, ou seja, da sua capacidade para atrair recursos humanos preparados, investimento, visitantes e projectar uma imagem de uma Angola a caminho da modernidade, nas suas dimensões social, cultural, política e económica que se fará a “MARCA ANGOLA”, factor crítico de afirmação de uma classe dirigente capaz e respeitada, de uma liderança com visão de futuro e de um Povo a caminho da construção de um quadro de qualidade de vida sustentável e referência em África. Assim, é necessário que se saibam descobrir as singularidades do “povo” de cada cidade ou região, bem como as naturais intrínsecas ao território, construindo a partir delas os factores de inovação, atracção e qualificação desses atributos que constroem e “Marca Angola”.
Planear, gerir e dinamizar as cidades do Século XXI é certamente uma das mais importantes questões com que a Humanidade tem que se confrontar, isto porque diversos estudos desenvolvidos apontam no sentido de termos que resolver o problema das megacidades, que se supõe ultrapassarão os oito milhões de habitantes em 2025, e das grandes cidades que terão mais de um milhão por volta do mesmo ano, e serão num quantitativo superior ao meio milhar.
A isto acresce que mais de setenta por cento da população mundial será urbana, tendo em conta a tendência para a consolidação da estruturação do território em rede, em que as cidades serão os nós dessa mesma rede, prometendo maiores oportunidades de acesso ao bem estar e, segregando os que ficam fora da rede. Assim, as cidades assumirão um papel decisivo na liderança e organização da economia global.
Barcelona, uma Marca de afirmação da Espanha na Europa e no Mundo
Marketing Estratégico Territorial é o instrumento capaz de oferecer uma resposta equilibrada à construção de uma Marca de território ou país, a partir dos seus atributos paisagísticos, humanos, culturais, históricos e económicos, permitindo a sua afirmação no contexto da globalização e das consequentes mudanças que esta vem induzindo nas nossas sociedades.
Este instrumento é caracterizado por uma filosofia de projecto e gestão do território orientada para o sucesso sustentável e qualificador da vida da sociedade que aí reside, investe e se distrai.
O caso de Lisboa.
Acabamos seguindo o Presidente do Município de Bilbao:
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
O caminho do Pós-Subdesenvolvimento
Neste artigo pretendemos explicitar a ambição de construção de um exemplo de sociedade organizada em rede e a caminho da concretização de um novo paradigma estratégico: a construção da “sociedade da vantagem MultiCULTURAL”.
Esta ideia do Novo Desenvolvimento, assume-se como um Manifesto de Posicionamento, relativamente à tendência que deve marcar a organização do Estado, da Sociedade e do Território, corporizando a promessa da chuva de liberdade e esperança, com que a Independência primeiro, e a Paz depois, “engravidaram” esta terra.
Daqui nascerá o Novo Desenvolvimento, ou o Pós-subdesenvolvimento.
Assim, a equidade e o conhecimento serão as novas marcas para o território angolano.
Este investimento implica um novo Paradigma de leitura e o consequente ordenamento dos “territórios”, social, cultural, económico, político e físico.
Este novo paradigma assenta num investimento na instalação de motores de desenvolvimento no interior, universidades, “clusters” estratégicos e projectos mobilizadores, criadores de riqueza e fixadores de valor.
São estas as variáveis do pós-subdesenvolvimento, em que o intellingence thinking e a criatividade estratégica são os atributos diferenciadores e construtores.
Têm sido criados alguns projectos interessantes e até mobilizadores como o CAN-2010, mas o que nos deve inquietar é a sustentabilidade dos mesmos.
Nesta matéria, recordamos o caso de Sevilha, em que o pós-EXPO se traduziu num fracasso, sendo que a lição retirada permitiu uma EXPO-98, em Lisboa, de sucesso e geradora de impactos continuados na componente turística, e de qualificação de uma nova centralidade funcional e residencial na Capital Portuguesa.
Voltando a Angola, apesar dos projectos anteriormente explicitados, continua a faltar o quadro global de bordo, a matriz estratégica que enquadre a leitura do caminho que o País e os “territórios” nacionais devem seguir.
É esse o papel do Intelligence Thinking : organizar a articulação dos actores, conformar vontades estratégicas, focalizar níveis de aposta e equilibrar a inovação e a eficiência racional.
Estamos perante um desafio aliciante, que dará do País uma imagem de maioridade no contexto africano e mundial.
Mas a chave do Novo Desenvolvimento, são as pessoas, os angolanos. Habilitar a nossa gente para que seja uma referência de verdadeiros cidadãos do conhecimento, da solidariedade e da vontade. Sentirem-se protagonistas activos de um projecto colectivo que visa a construção de uma Angola pós-subdesenvolvimento, ou seja o centro de um Novo Desenvolvimento de matriz Africana.
Fonte: Fotos cedidas pelo Engº Vitor Dias
Lendo recentemente um artigo jornalístico num media angolano, constatei com satisfação que o governo se empenha na construção de uma sociedade do conhecimento, apoiada no alargamento da introdução das novas tecnologias na governança e no dia à dia dos cidadãos. Bem-haja pela decisão!
No registo anterior, foi também aprovado o licenciamento de novas Instituições de Ensino Superior. Estamos a caminhar no bom sentido, mas é preciso que estas iniciativas se enquadrem no quadro global de orientação para o País, pois não sendo assim, poderemos cair em desarticulações desestruturadoras.
Registo a existência, clara, de uma nova atitude, de uma nova vontade dos dirigentes, mas falta dar sentido estratégico a tudo isto. Dar-lhe um sentido vinculador de mobilização global, traduzido num projecto colectivo de e para os angolanos.
Falta-nos uma nova MARCA de País (vide P. Alves, in Revista Executivo, nº15, Ano 3).
Esta Marca deve assentar numa vantagem competitiva de Angola, clara, forte e estruturante, ou seja, precisamos de apostar em competências centrais do País, desenvolvendo uma cultura nacional de liberdade, rigor e eficiência competitiva e de produtividade.
Estes atributos serão o vector central da qualificação estratégica de um País de turismo, da indústria e celeiro da África Austral.
No contexto Europeu, são repetidamente referidos os casos da Irlanda e da Finlândia como autênticos milagres e exemplos de sucesso, mas o milagre assenta numa aposta transversal da sociedade, nas últimas décadas, nos seguintes factores críticos de sucesso estratégico: a educação e a ciência e tecnologia como factor de inovação e conhecimento.
Resumindo, apostaram no Paradigma do Conhecimento como Capital Estratégico!
Com esta referência, não queremos indicar o mesmo modus operandi para Angola, pois para realidades, actores e “territórios” diferentes, devemos operar de acordo com as especificidades em presença. A aposta deve ser no Intellingence thinking.
O desígnio da Habilitação.
Angola necessita de uma “Estratégia Habilitacional”
Nesta fase do ciclo de vida do País, a Habilitação científica, profissional e ética, deve ser a “grande ideia” para a dinamização do desenvolvimento.
O País tem que ser uma “Grande Escola”, e os dirigentes políticos, culturais e empresariais os melhores professores e aprendizes. É fundamental aliar esta visão à construção da Associação de Países da “vantagem MultiCULTURAL” da cultura empresarial, institucional, social, etc; tendo em conta que esta é o verdadeiro “gene” da globalização. Nascerá assim, a “Associação para o Novo Desenvolvimento Estratégico”, operacionalizada na Associação dos Países ou Cidades Capitais do eixo Euro-Afro- Hispânico (vide P. Alves, in Revista Executivo, nº16, Ano 3).
É fundamental incutir nos jovens uma cultura de pró-actvidade e empreendedorismo face aos desafios da mudança suscitada pela tendência para a organização da “Sociedade em Rede”, que o eixo Euro-Afro-Hispânico bem traduz e concretiza, e que assume o carácter de instrumento crítico de construção da modernidade. Esta nova dimensão da construção da modernidade, apela a mecanismos que façam face à necessidade de adaptação às mudanças induzidas pela globalização de ideias, negócios e vivências.
Assim, o País-Escola, configura uma abordagem sustentável desta mudança estratégica que o País precisa.
Mas, esta mudança deve ser feita com, e para os Angolanos, enquanto parte dessa “Associação da vantagem MultiCULTURAL Estratégica”.
O citado desígnio da Habilitação, deve introduzir uma orientação para o valor. O valor da “vantagem MultiCULTURAL Estratégica”, o valor do Homem Angolano num contexto multi-nacionalidades, resultante do Eixo Euro-Afro-Hispânico, e o valor do centro de competências em que a País se deve transformar. O objectivo deve ser a criação, produção e afirmação no referido Eixo, desta Marca-Valor em que o País se constituirá.
A cooperação estratégica entre regiões (Europa, África e América) constitui o alicerce para a construção das vantagens competitivas, que podem diferenciar Angola no contexto competitivo Global, face à Ásia e ao Leste Europeu.
Se não se seguir este caminho, corremos o risco de alienar o “capital de vontade” de construção de valor social, enquanto alavanca de reconstrução do País, numa perspectiva sustentável e vencedora.
Angola não pode continuar a concentrar a sua população no litoral, precisa de introduzir factores de fixação de gente no interior, combatendo a sua desertificação e potenciando a atracção de investimento, afirmando uma política marcante de confirmação de uma atitude estratégica consistente. A construção do Eixo Euro-Afro-Hispânico funcionará como mola fundamental para a concretização desta ideia, pois o Leste de Angola constituir-se-á como plataforma fundamental para a ligação ao centro de África e à linha Atlântica constituinte do Eixo. Sem isto, não será possível conceber uma aposta forte na competitividade estratégica do País e do Eixo, visto que a coesão territorial do mesmo e do País, é um factor crítico para o desempenho dessa função no contexto em causa.
Mas não esqueçamos que o papel das pessoas é fundamental, diria mesmo decisivo, pois são estas que vão dar sentido às vantagens competitivas da sociedade organizada em rede, a “Sociedade da vantagem MultiCULTURAL Estratégica”.
Assim, construiremos a Angola do Novo Desenvolvimento, ou a Angola Pós-terceiro mundista. Estaremos a construir o Farol da Nova África.
Vamos acender a luz?
Aqui vos espero, para desenharmos um caminho luminoso rumo ao Pós-Subdesenvolvimento.
Peixoto Alves